Tuesday, 24 March 2009
Atire a primeira pedra
eles não sabem o que fazem. E não sabem mesmo. Os Seus filhos ainda acham que a Lei do Talião está em vigor. Se alguém matou, esse alguém deve ser morto; se alguém roubou, deve ser roubado. Nem eu - que tenho mais de dois mil anos de idade - penso dessa forma. Não julgarás o próximo! A carne é fraca, a tentação de julgar o próximo é imensa, mas atire a primeira pedra quem nunca pecou. Atire a primeira pedra quem nunca errou. Atire a primeira pedra quem nunca cobiçou a mulher do próximo. Atire se fores capaz! Sobraram pedras e pecadores.
O ponto de vista depende da vista do ponto. Hitler é um exemplo disso. Sob sua ótica, todas as atrocidades que cometeu eram, na realidade, uma tentativa de melhorar seu país. Outros interpretaram como um darwinismo social compulsivo. Quem estava certo? Quem estava errado? Cabe à justiça divina(no caso Você, meu Pai, Criador da terra) e a justiça positivada julgar, não aos cidadãos comuns. Em uma análise profunda, o professor Sandro Sell questionou sobre a “justiça” dos presos para com os estupradores. “Quem são os bandidos para falar em justiça com as próprias mãos e molestar o estuprador? Quem são os bandidos para falar mal da conduta do estuprador?” refletiu o mestre Sell. Quer dizer, então, que é permitido bater numa prostituta e botar fogo em um índio, mas estuprar uma pessoa é chocante demais para um serial killer? Imagino que seja mesmo. Eu defino esse sentimento heróico, essa pró-atividade de síndrome de Robin Wood. Roubar dos ricos e dar aos pobres; matar os assassinos e deixar viver os inocentes. Diga aos Seus fiéis, Senhor do universo, que, quando o Apocalipse chegar, saberão eles, os incrédulos, quem é quem na história. Quem é a chapeuzinho vermelho e quem é o lobo mau ou então saberão que os dois são a mesma coisa. Perdoa, Pai, perdoa.
(Jesus Cristo)
Sunday, 15 March 2009
Monday, 9 March 2009
Um café com Platão.
Nós, brasileiros, temos a mania de acreditar em que tudo o que é implatado nos outros países dará certo aqui no Brasil. Pobres brasileiros! Que país é esse ? País da ilusão. Somos vítimas do ilusionismo mundial. Não temos uma administração pública, temos uma administração de interesses. Não é o pobre favelado que necessita de amparo, é o burguês que precisa do amparo para se proteger do pobre favelado. É isso que chamamos de democracia. Segundo seu significado, democracia é o governo do povo. Pelo menos é o que deveria ser.
Dessa maneira, compara-se o povo com uma criança de um ano brincando com uma "massinha" de modelar. A criança - por ainda não ter o discernimento necessário - vai com toda a certeza engolir o brinquedo. Ou seja, ainda não sabe como manipular a sua nova brincadeira. As pessoas com a democracia são a mesma coisa. Por não saberem como mexer no seu novo brinquedinho, não o fazem funcionar corretamente. Quem sabe mexer, todavia, não ensina como brincar. Ou melhor, ensinar até ensina, porém às avessas. É muito mais interessante ensinar de modo que poucos se beneficiem. Em suma, quem detém o poder, controla; quem não, é controlado.
Lutou-se tanto contra a roda-viva para no fim termos a falsa democracia. Os jogadores mudaram,o jogo não. Como diz o adágio: trocaram-se seis por meia dúzia. Saimos da ditadura declarada para a ditadura enrustida. Não queremos ser, já nos tornamos John Malkovich! Contudo, ainda há solução. Resgato ela da idéia de um pensador muito antigo, Platão.
Platão, discípulo de Sócrates, mestre de Ari (forma carinhosa como a Dra. Samantha Buglione chama Aristóteles). Grande filósofo. Homem de poucas afirmações, muitas idéias. Em uma delas, afirmou qual seria a melhor forma de governo: a sofocracia. Nela, os sábios é que realmente deveriam comandar. Os sábios, não os medíocres. Lembro que meu ex-coordenador, professor Alceu de Oliveira, sempre nos aconselhava em não ser pessoas medíocres, pois estes são os que estão na média, os que não fazem a diferença. O grande filósofo grego, por sua vez, também não queria políticos medíocres no círculo social.Somente os inteligentes é que saberiam como governar o povo. Eis que surge um problema: o difícil não será implatar a sofocracia, o impossível será encontrar esses sábios, uma espécie em extinção.