Thursday, 22 January 2009

Cotidiano

Vais encontrar o mundo, meu filho - disse um pai ao seu filho minutos antes de seu casamento, na porta da igreja. Esse mesmo pai esqueceu de avisá-lo como seria esse novo mundo.

Esse mundo casamento foi um padrão criado pela sociedade. De forma adaptada a frase de René Descartes: Preciso mostrar que sou um cidadão de bem, logo tenho que casar! Espécie de auto-afirmação. Criou-se a idéia que matrimônio é sinônimo de confiança, respeito. O amor, de acordo com essa visão, não importa. Inverteu-se a concepção de valores. A aparência em detrimento da essência. Parece que o critério principal de escolha para presidente do Brasil, por exemplo, é ter esposa, estar casado. As tele-novelas, inclusive, geralmente acabam com uma união matrimonial. Quem disse que casamento sempre tem final feliz?

A normalidade fez isso e a sociedade aceita. Não que seja impossível um casamento ser feliz, porém o faz-de-conta social impede que as pessoas se descubram e sejam felizes. Casamento não deve ser tratado como prisão e sim como um parque de diversões. Não existe amor eterno, mas que seja eterno enquanto dure.
Para acabar com a ideologia do amor eterno e contrariar a Igreja Católica, surge, no século XX, a esperada separação legal. Passadas algumas décadas, mesmo com enormes avanços, a sociedade – ainda atrasada – não encara esse processo com tanta naturalidade. Avanços eletrônicos, retrocessos mentais. Infelizmente, a tecnologia não conseguiu ultrapassar a barreira que tanto já causou discussão: o preconceito.

Casamento e divórcio. Idéias tão distintas, mas tão próximas. Hoje esse conota tristeza, aquele felicidade. Amanhã, apenas o padrão social de normas distinguirá...

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