Saturday, 5 December 2009

Visível invisibilidade

à g.


A voz que não se cala.
O rosto que não se apresenta.
Quem és tu, outro?
Quem são os outros?
Opina, constrói, destrói.
A idade? O tempo? O tamanho?
Julga, pré-julga, não perdoa.

Não sente, não chora, não se apaixona.
Quem és tu, outro?
Quem são os outros?
Ele não é isso, ela não é aquilo.
Coitado do Fulano, Fuja do Ciclano.

Não, é a idade.
Isso mesmo, a idade!
Ahhh, a idade.
Que forte motivo há: a idade.
O(s) outro(s) tinha(m) razão:
O problema é a idade.

Calo-me.
Quem sou eu para digladiar com o Coro?
Ou melhor: Onde está o Coro?
Se ao menos...
Não adianta.

O outro é indiferente, talvez nem seja gente.
Talvez seja gentes.
Fugir?
À francesa, à moda francesa.
Mas logo, antes que o outro me veja...

1 comment:

  1. Luccas, eu amei seu poema! Amei tb seu comentário no meu blog. Éramos colegas na Udesc mas nao nos conhecíamos. Vou passear pelo seu blog de vez em quando.
    Abs,

    Luciana Trípoli
    lucytrip.blogspot.com

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