Monday, 7 June 2010

Adorável angustiante café



À R., pelo adorável café.




Exigências são feitas. Elaboradas por não-sei-quem, exigidas por não-sei-o-porquê. O fado me é dado - mesmo que não saiba. Destino? Karma? Condenado a cem anos de solidão, à procura de um sentido que me deixa sem-sentido.

Ano após ano são feitas as mesmas afirmações, as mesmas perguntas: "O futuro está ao alcance de suas (pobres!) mãos". A crença em algo maior é reconfortante, ao passo que "o céu para os que Nele crêem - será seu futuro, sua morada." Discursos pré-fabricados perpassados aos montes. Ultrapassados - isso sim! -, eles são. "Então, meu caro, de onde você é? Onde você está? Para onde você vai?" A vida, nas palavras do grande público, é exigente.

Vespas! Malditas vespas! O ato de julgar, as exigências - Aristófanes anos antes já sabia - são feitas por vocês, Ó seres tolos! A vida não é [como se tem falado] exigente. São vocês, Ó insetos, que a tornam desse modo. Se predestinação existisse, retomo a minha fala de outrora, estaria em casa ouvindo Cazuza à espera do destino. A bur(r)ocracia, a aristocracia bem podiam - e aqui elas podem! - ser resumidas em uma e, apenas uma, palavra: idiocracia.

Como se torna penoso acreditar que estamos fadados ao caos humano. Aprisionados a justificativas que devo dar em face do social, do outro, do fulano. Por que devo me justificar? Deveria, eu, me justificar? Não faz sentido. Não deveria fazer sentido... Ter filhos? Casar-se? Onde estarão escritos esses mandamentos sociais? Os conselhos não me servem! De nada eles serviram! De nada me servirão! A vivência, o ser, o ter. Eis o fascínio! E fim.












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