A imensa maioria da população não pára para pensar; logo, segundo o raciocínio de Descartes, não existe - ou pelo menos não deveria existir. Por que pensar se é mais fácil fechar os olhos e ignorar a realidade?
- Ahhh, mas se aquele miserável não tem dinheiro para comprar a fralda do filho o problema é dele e não meu!
Pensa o capitalista convicto.
- Não dê bola para esse mendigo, vamos logo à casa, amor, porque quero assistir o Domingão do Faustão. O Estado é que deve tomar conta dele!
Diz uma intelectual senhora ao seu marido.
-Poxa, se eu tivesse como te ajudar...
Afirma um falso moralista a um necessitado.
E essa parcela da população que não pára para pensar é a mesma que depois reclama da criminalidade. Reclama não, esperneia. Aquele mesmo indivíduo marginalizado socialmente por essa população, depois de tanta humilhação, depois de várias tentativas frustradas, busca o crime. Pronto. Agora não é mais o necessitado, agora é o marginal com potencial de seriall killer que não quer saber de trabalho. Mudou o paradigma. Antes era a vítima, agora o "meliante". Depois de roubar aquele mesmo capitalista convicto que o negligenciou restou a dúvida: qual é o lado mau da história? O suposto marginal, que buscava dinheiro para comprar a fralda para seu filho, ou o "burguês" (utilizando um termo hoje demodê), que simplesmente virou as costas para a "realidade"?
Roubar não é certo. Aliás, um erro não justifica o outro, todavia o sujeito precisa viver. "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte", já retratava a banda Titãs. Não é somente um bolsa sei lá o que que vai fazer a diferença. As pessoas não percebem, mas vivemos - e isso não é nenhuma novidade - em sociedade. Ninguém vive sem a ajuda do próximo. Mas por que penso nisso? Pensar dá muito trabalho. Vou voltar a assistir o Domingão do Faustão que é melhor que eu faço. Ou melhor, vou-me embora pra Pasárgada. "Em Pasárgada tem tudo, é outra civilização. Tem um processo seguro de impedir a concepção, tem telefone automático, tem alcalóide à vontade..."
Rapaz que visão que você tem das coisas, suas criticas são bem colocadas. A sociedade ainda não acordou para a realidade de um mundo bem ao lado de nossa vista, de pessoas que crescem com ódio no coração por não terem a oportunidade de terem bens materiais que o capitalismo oferece atravéz de propagandas, instigando a vontade delas, que não tem condição de consumir. Com isso elas tendem a roubar para satisfazer seu desejo e vomitar sua raiva. Essas pessoas não são culpada por tomar essa atitude e sim a sociadade que faz vistas grossas a essa realidade.As vezes nem casa eles tem pra morar, ficam em um barraco com mais de cinco pessoas, com apenas um comodo.Não tem oportunidade de estudar, pois precisam se virar desde de cedo para garantir a próprua sobreviência.E quando estudam são marginalizados pelos próprios professores.
ReplyDeletePrecisamos nos policiar e começar a pensar mais sobre isto, antes que nos tornemos refens de nós mesmos.
o amigo falou bem, "antes que nos tornemos reféns de nós mesmos" teve um (senhorzinho) que ja dizia isso a muito tempo "o Homem é o lobo do Homem" incrível como tanto tempo passa e esses provérbios ecoam.É tanta verdade que se disse nesse mundo... conhecemos o antídoto, mas não nos convém usar!
ReplyDelete