Sunday 24 May 2009

Façamos o Diabo Feliz

Vamos rir. Vamos. Vamos chorar. Vamos. O que mais você quer, televisão ?
Aplausos ? Vamos aplaudir a nossa legislação brasileira! Viva! Ela nos é posta, disso eu já sei; quero soluções e não mais um monte de números. Aliás, você não é uma pessoa que cometeu um estelionato, você é o artigo 171. Viva, somos números.

Com toda sua "super-útil" extensão, ela não prevê nem leva em consideração a
condição do zé. Coitado do zé. O mundo é um moinho, zé, é um moinho. Pelo menos era isso que Cartola dizia.
Nas aulas de Direito, falam-se dos artigos, medidas provisórias, mas onde estão as pessoas ? Não foi perguntado ao zé. E nem será mesmo. O pior é que ele nem pode alegar que as desconhece.

- Mesmo sendo analfabeto ? Mesmo.
- Mesmo morando no Chuí ? Mesmo.

Deixa eu te explicar, zé:

Você não é convidado para nascer, você simplesmente nasce e, de grátis, você acaba de receber uma eterna estadia num local chamado Estado. Parece uma oferta e tanto, não ? Isso não é lá dos melhores pacotes turísticos, a não ser que você more - como o Professor Felipe Fuentes fala - na tal da bolha. Estrutura da bolha: O cidadão fica a vida toda trabalhando para agregar valores e conseguir bens e quando chega no cume, fecha-se no seu microcosmo, no seu mundinho, na bolha. O sujeito contrata vigias, tem muros - muros não, muralha da China -, cercas-elétricas etc e é amparado pela Carta Magna. Você não, zé, você é a ovelha Dolly do nosso glorioso sistema. Você é a cobaia do sistema. Sistema, que palavra!

Você fica à margem do sistema. Fica à margem, mas se você não andar conforme os conformes você é preso, cuidado! Não se iluda, a constituição não prevê a garantia de ser cumprida. Que todos somos iguais perante a lei, todos estão doutorados nisso; agora cumprir esse ordenamento, ah, meu amigo, aí é outra história. Além do mais, é controversa. Como ela pode "garantir" a liberdade se os presídios privam a sua liberdade, zé ? É como se entrasse num museu que garantisse entrada franca, todavia, fosse cobrado o ingresso.

É para rir ou para chorar, televisão ? Rir. Façamos, então, o Diabo feliz: Deixe tudo como está, porque, assim como os paulistanos, deixaremos acabar tudo em pizza!

- Não entendi nada que o senhor falou, só a parte da pizza. Mas, afinal, qual o sabor, Seu Luccas ? - zé.

- AMARGO! - Luccas Neves Stangler.



Sunday 17 May 2009

Samba da bênção do celular.


A vida não é feita de conselhos, mas de experiências.

Por mais que você queira aconselhar seu filho a não pular do muro, porque vai machucar o joelhinho dele, ele vai se jogar. Depois do fato consumado, ele, mesmo não sabendo, vai fazer juízo sobre isso:

- Bem que a mamãe estava certa!

Não, não estava não. Ou até poderia, porém deixar que seu descendente não passasse por aquela experiência - talvez até inenarrável - seria um "pecado".
A vida é construída, nas palavras de Steve Jobs, por pontos. Pontos adquiridos ao longo da vida que de uma forma ou de outra se ligam no final. Efeito borboleta. Nada de destino! Nada de Maktub! Ao acaso mesmo (ou sorte como Woody Allen prefere), de forma caótica.
Se existisse pré-destinação a vida seria muito fácil. Ora, se eu sou pré-destinado, vou ficar em casa, escutar meu Cazuza sem me preocupar, pois meu destino já foi traçado. Pobre Mãe Diná, seus dias estão contados.

Sobre isso, meu tio, um grande auto-didata, sempre falava e ainda fala: "Luccas, a faculdade garante apenas duas coisas: comprar seu carro e sua casa financiados. Ficar rico é uma questão de sorte, não de competência. Aquela história de bênção do celular é uma piada!" Fazendo um parênteses: Para você que não sabe da novidade, existem algumas igrejas que estão fazendo a bênção do celular; dizem que quem é abençoado vai receber ligações milagrosas. Prefiro me abster e não comentar.

Volto a dizer que a vida não é feita de conselhos, mas de experiências. A vida deve ser vivida, aproveitada. CARPE DIEM. Na letra do mestre Vinícius de Moraes, " a vida é pra valer. Não se engane não. Tem uma só. Duas mesmo que é bom ninguém vai me dizer que tem sem provar muito bem provado em certidão passada no cartório do céu e assinada embaixo: Deus. E com firma reconhecida. A vida não é de brincadeira, amigo. A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."

Por fim, não seja um chato, não tenha infinitas regras, não entulhe seu filho de conselhos, apenas viva e deixe ele viver! Mostre caminhos a trilhar e deixe que a vida se encarrega do seu filhinho. Antes de se tornar cinzas, chegará ele a mesma conclusão de Pablo Neruda: "Confesso que vivi."

Monday 11 May 2009

Mal do século

-EXTRA, EXTRA! Acaba de ser descoberta uma nova doença que fora intitulada como mal do século: a futilidade.
Se você assina revistas de cunho fútil que tratam da vida alheia, assiste programas de televisão cujo bordão do apresentador é "ô louco, meu" e compra compulsivamente para preencher seu vazio existencial...
CUIDADO! Você pode estar com futilidade aguda, mas não se preocupe, tem cura.
Pegue papel e caneta e anote - caso apresente esses sintomas:

1- Pela manhã, meia dose de MPB;

2- Uma dose diária de leitura clássica como, por exemplo, Os Miseráveis (Victor Hugo);

3- Pelo menos uma vez na semana, uma dose de cinema e/ou museu;

4- Por fim, uma vez ao ano, no mínimo, viaje.

Ao persisterem os sintomas, consulte um médico.