Wednesday 24 June 2009

Ensaio sobre a contradição ou discurso da moda.



Já falei, mas não custa repetir: Até que se prove o contrário – pelo menos para mim – tudo é controverso, nada é absoluto, nada é insubstituível. Vamos, então, ver os modismos:


- Você é católico? Então isso significa que você não usa camisinha, certo?

- Sexta-feira santa é dia de não comer carne? E crianças, vocês podem, padres?

- Você é cristão? Então você já leu a bíblia, não é mesmo?

- Quer trabalhar em casa? Pergunte-me como. Se você realmente soubesse como trabalhar em casa, então me diga por que cargas d’água você está trabalhando fora fazendo sua propaganda com seu broche?

- Você é autor de livro de auto-ajuda? Então porque você depende da venda de seus livros para te auto-ajudar financeiramente?

- Você encontrou o segredo? Então, meu caro, você sabe como ganhar dinheiro dormindo?

- Os provérbios chineses são inteligentes? Se, como diz Millôr, os chineses criaram esses adágios, logo deveriam ser inteligentes. Mas porque são escravizados pelo socialismo de mercado Chinês?

Se você não sabe as respostas, muito menos eu. Aliás, antes que eu entre em contradição vou-me embora. E Logo. Hasta la vista, baby.

Monday 15 June 2009

Crack não!


Crack não!


A criatividade humana é por si só kafkiana. A criatividade humana aliada à inutilidade é um amor platônico. A criatividade humana aliada à inutilidade para criar uma campanha de combate exclusivo ao crack é – na melhor das hipóteses - tola ou - na pior das hipóteses - idiota.


Não é de hoje que o discurso moralista existe. É do tempo em que o Mar Morto ainda estava doente. Nos primórdios, desde priscas eras. Quando Adão e Eva estavam no paraíso, quando a igreja católica proibiu certos ritos na Idade Média, nos sermões de Padre Antônio Vieira etc. Pois bem. O discurso pode impor algumas regras, pode impedir certos atos. É como se se você fizer algo será castigado, como se se tivesse aberto a caixa de Pandora e agora tudo acontecerá. Ai ai ai ui ui. Sábias palavras do nosso ex-futuro presidente Silvio Santos. A idéia de crime e posterior castigo. Enfim.

Darwin, o pobre, morreu acreditando na teoria evolucionista, que o ser humano evoluiu. Evolução? Não dessa maneira, não desse modo. O progresso (a falsa idéia de progresso) e seus insustentáveis positivistas são passíveis de serem discutidos - e muito! Discurso moralista já foi superado há algum tempo [é o que dizem].

Mesmo sabendo disso, a mídia, que acha que está inovando, cria uma campanha de combate exclusivo ao crack. Crack não! Cocaína, LSD, Heroína podem; agora crack, que é uma droga usada em sua maioria pelos excluídos, não! Olha o zé novamente em apuros. Não foi dessa vez que você terminou com um final feliz zé, não foi dessa vez...

Friday 5 June 2009

Relatos de um jovem comunista

Comunista não! Anarco-sindicalista. E não me venha com esses argumentos clichês porque não sou o único não. Você, capitalista convicto, que vibrou muito no início do decênio de 90 com a queda da cortina de ferro está prestes a ouvir uma novidade: O socialismo está por toda a parte, não do jeito que sonhava Fidel Castro, nem como idealizava Lênin, mas...


A guerra fria foi uma piada, o resultado catastrófico, a União Soviética aniquilada; o socialismo, porém, intacto. E o pior não é isso, o pior é que o fomentador de tudo é os EUA. Os neo-liberalistazinhos de plantão estão se perguntando como isso aconteceu. Será o Tio Sam traidor de toda ideologia? Talvez seja, talvez não. Confesso que é um socialismo às avessas, bem ao estilo estadunidense. Paciência, nem tudo é perfeito.


O socialismo americanizado – basicamente – é constituído de condutas: A idiotice foi socializada, a mediocridade foi socializada, a ignorância foi socializada, a fofoca foi socializada! Mulheres – as que se sujeitam, é claro – foram socializadas de forma a ficarem desnudas nas revistas masculinas. Dizem os especialistas que elas não socializam os seus respectivos corpos, apenas fazem isso em prol da arte. Eu também acho. Socializemos, então, as não socializadas em prol da arte, socializemos!


Não devemos esquecer, igualmente, do pai do socialismo. Karl Marx que nada! Falo de um errante, do messias cristão Jesus. Cristo conseguiu, sem efeitos especiais hollywoodianos, repartir o pão com todos os seus apóstolos. Se capitalista fosse, venderia sua fórmula de multiplicação no programa da Ana Maria Braga e ficaria rico – o que não foi o caso.


Chegamos na Era dos extremos, como intitula-se o livro de Eric Hobsbawm. Confesso que esse não é nem de perto o comunismo esperado, muito menos o socialismo utópico. Com esse socialismo “made in USA”, surgiu-me uma idéia melhor: Capitalizar o socialismo. Os iguais perante os iguais, os desiguais perante os desiguais...