Friday 16 March 2012

Ponto-ação ou lupanares da meia-noite.

(Re)Constituídos de pontos. Destituídos de outros tantos. Pontos de visão, pontos de fusão, pontos de encontro. Pontos. Separados por algumas vírgulas, ponto-e-vírgulas ou dois pontos: Não, definitivamente não estamos prontos. Há os poréns, todavias, quase todas as vias a viver. Erros crassos de uma ortografia às avessas da (ir)real situação: constituídos de pontos, escrevinhadores de trágicos contos e senhores da nossa embriagada razão. (30.11.11)

Movimentos

Barbaridades civilizadas sugerem um entendimento barroco. O renascimento do individualismo feudal popularizou-se, expandiu-se e acabou se tornando democrático. Socializou-se a idéia de que o presidencialismo é uma anarquia só. Criaram, por sua vez, reinos e céus onde deuses supostamente governam com o auxílio de angelicais - nossos caros amigos ou amigos caros para nós? - parlamentares. Elementares governos. Desgovernados elementos. Clãs, grupos, ideologias e outras tantas formas de movimento. Em detrimento da essência, a nossa aparência é aparentemente construída pelos nossos detritos do ser... A ciência, uma religião pagã, comprova: a terra está em movimento, mas os que nela parasitam, digo, habitam... (11.01.12)

O retorno de Melquíades

- What do you see when you don't see anything? (Deleuze)




Pela calçada que tantos andastes, agoras deslizas pela esperança branca que sobrepassa o cinza-esquizofrênico e a negra desilusão transmitida no dia-a-dia doentil e endêmico. As cores da vida são frutos de Kairos. As cores da morte são divindades de Chronos. Adiciona-se o branco no negro e obtém-se o cinza. O sobreviver como parte da existência. O sofrer quando necessário para a transcendência do ordinário. A descrença sofridamente sobrevive. A consciência é despertada: Aparício observa tudo enquanto toma um mate bem quente em seu paradeiro - já é suficientemente letrado para saber que cada exílio carrega um prazo. Acusam-no. Quem? Difícil de encontrar. Situam o conforto por desconhecer o exílio. Esquecem da renúncia. Diziam que não sobreviveria. Agora, depois de aproximar-se da amiga solidão, aguarda o retorno de Melquíades. Tornara-se, tal qual o amigo que está prestes a retornar, quase um cigano; sem a habilidade de prever o futuro, no entanto. (02.09.12)

Wednesday 7 March 2012

O incorruptível Senhor, seus cruéis servos e alguns números.

Nem tudo o que reluz é ouro. Nem tudo o que se vive é par'outro. A juventude acostumou-se a apressar. O Tempo a destrói. A relação de poder minimizou a juventude de ouro em páginas de livros de auto-ajuda. Micro-análises sugerem macro-esforços. Transcendeu-se na imprecisão. Foi preciso. Bebeu-se da fonte poluída do saber, uma corruptível arte. O esforço é em vão. Aprende-se mesmo apenas com o destrutivo Tempo, dividido em cruéis ponteiros, senhor e criador de herdeiros de uma nostálgica geração.